Paciente Segurança e Bem Estar

Data Publicação: 8/12/2008 | 11:21

SEGURANÇA DO PACIENTE E BEM-ESTAR DO PROFISSIONAL

*Maria Aparecida de Luca Nascimento – Relatora

**Isabel Cristina Reis de Souza

***Maria Filomena Pereira Vancellote Almeida

*Ermelinda Florinda Pinto

*Marília Teixeira Moraes dos Santos

 

RESUMO

 

Estudo descritivo exploratório que utiliza a abordagem quantitativa para alcançar os seguintes objetivos; apresentar o número de opiniões dos enfermeiros que são favoráveis à criação da Câmara Técnica do Bem-estar Profissional (CTBEP), criado pelo Conselho Federal de enfermagem (COFEN), e apresentar as suas principais disfunções físicas, que, segundo eles, estão relacionadas à sua atividade profissional. A população alvo foi composta de 86 enfermeiros que responderam a um questionário semi-estruturado. Os resultados obtidos foram tratados através de freqüências, percentual e relativa, e analisadas à luz do documento emitido pelo CIE/ICN (Conselho Internacional de Enfermagem / Internacional Council of Nursing), que trata da relação entre qualidade de trabalho e qualidade de assistência ao paciente, além de outras referências bibliográficas. Dos profissionais entrevistados, 90, 7% consideraram como ótima a idéia da criação da CTBEP, e 70,9% referiram alguma disfunção física, associando-a à sua atividade profissional. Concluiu-se que a segurança do paciente depende, entre outros fatores, do bem–estar do profissional, pois, cuidar, função precípua da enfermagem, exige, além de técnica e cientificidade, um corpo em bom funcionamento, físico e mental, para estar apto a perceber a necessidade do outro.

 

Palavras chave: Profissional, cuidados de enfermagem, enfermagem.

 

 

*Enfermeiras e Membros da Câmara Técnica do Bem-estar Profissional (CTBEP) do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) – Brasil

**Enfermeira – Membro da CTBEP – Conselheira do COFEN

***Enfermeira - Coordenadora da CTBEP


INTRODUÇÃO

Este estudo surgiu da preocupação do grupo de enfermeiras que compõem a Câmara Técnica do Bem-estar Profissional (CTBEP), que foi criada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), órgão que regulamenta a profissão de enfermagem no Brasil, ao participarem de uma reunião de avaliação pós- evento, realizado para apresentar a referida Câmara aos profissionais de enfermagem.

            A CTBEP foi criada em 8/12/2007, através da Portaria COFEN nº 034/2007, tendo em vista o exposto em um documento divulgado pelo órgão máximo de representação dos profissionais de enfermagem, o Conselho Internacional de Enfermagem (CIE/ICN), entidade da qual o Brasil é um dos integrantes, no qual se evidencia o bem-estar do profissional de enfermagem como um dos fatores para assegurar a qualidade dos cuidados dispensados ao paciente.

 

A SEGURANÇA DO PACIENTE E O DOCUMENTO DO CIE/ICN

            A segurança do paciente ao qual é dispensado o cuidado de enfermagem é enfocada no documento emitido e divulgado pelo Conselho Internacional de Enfermagem, que tem como título “Ambientes favoráveis de prática – Lugares de trabalho de qualidade = Atenção de qualidade ao paciente”. 1

            Embora o referido documento esteja voltado para a prática segura dos profissionais de enfermagem, observa-se que esta preocupação tem como finalidade, entre outras, a segurança do paciente. Esta afirmação encontra respaldo no posicionamento do CIE/ICN, através da seguinte declaração:

“O CIE faz seus os resultados da pesquisa, segundo os quais um ambiente de trabalho seguro no setor saúde contribui de forma significativa para a segurança dos pacientes favorecendo os seus resultados positivos.”

Ao considerarmos os dois fatores acima mencionados, quais sejam; ambiente de trabalho seguro e segurança do paciente, podemos observar que essa interligação é propiciada pelas pessoas que compõem as equipes de saúde, entre elas, os profissionais que compõem a equipe de enfermagem.

Porém, o cuidado dispensado ao paciente, normalmente, exige do profissional de enfermagem, além de técnica e cientificidade, o envolvimento humano. Esse fato é o que determina a complexidade que pode estar inserida no mais simples cuidado.2

Ainda de acordo com o documento emitido pelo Conselho Internacional de Enfermagem acima mencionado, no ambiente de trabalho no qual o cuidado de enfermagem é desenvolvido, deve haver segurança, respeito, disponibilidade de recursos; humano e material, entre outros, para que haja qualidade no cuidado dispensado ao paciente.

Sendo assim, por analogia, podemos considerar que os profissionais de enfermagem, de alguma forma, reagirão ao fato de trabalhar em um setor que não lhes ofereça os elementos acima citados, pois, segundo estudo que versa sobre o tema, o nível de satisfação profissional vem se tornando fator essencial, determinante e discutível para melhor entendimento do cuidado. 3

 

A CÂMARA TÉCNICA DO BEM-ESTAR PROFISIONAL

Tendo em vista o contexto acima mencionado, cumpre citar que a CTBEP, de acordo com o Art.1o do seu regimento interno, é um fórum de natureza consultiva e analítica que tem como objetivo, discutir, orientar, planejar, implementar, avaliar, e dar apoio técnico e científico a assuntos relacionados ao Bem-estar do Profissional de Enfermagem.

No Capítulo IV, Art. 6o do mesmo documento acima referenciado, que trata das suas propostas, observa-se o seguinte enunciado:

“As propostas da CTBEP/COFEN, serão formalizadas e apresentadas em Seminários, Palestras, Mesas Redondas, e Oficinas, com a finalidade de se melhorar a qualidade de vida do profissional de enfermagem, fazendo com que ele seja respeitado, valorizado e com os mesmos direitos e regalias de outros profissionais da área de saúde”

A partir desta contextualização, a CTBEP promoveu o I Encontro – Pensando e Repensando o Bem-estar do Profissional de Enfermagem, que contou com duas palestras, referentes aos aspectos jurídicos do trabalho da equipe de enfermagem, e os riscos ambientais aos quais essa mesma equipe está exposta em seus locais de trabalho.

Na realidade, essa atividade foi idealizada para que tivéssemos uma idéia da aceitação dos enfermeiros que compareceriam ao evento, tanto com relação à criação da CTBEP, como também, aos temas propostos para serem apresentados.

 

BEM –ESTAR PROFISSIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES

            O conceito de bem-estar profissional, apesar de muito abrangente, tem sido alvo de preocupação, servindo de tema para o desenvolvimento de diversos estudos, até porque, este é um dos fatores que influenciam na qualidade do cuidado prestado ao paciente. Atualmente, esta temática vem ganhando visibilidade no meio profissional por ser, entre outros itens, os responsáveis para a consecução da acreditação hospitalar 4.

            Pelo fato do cuidado de enfermagem acontecer, quase sempre, em momentos de vulnerabilidade humana, este fato contribui para que haja a exposição, tanto de quem cuida, quanto de quem é cuidado, a uma gama de emoções intrínsecas a este cuidado.

No entanto, além do cuidado direto ao paciente, a equipe de enfermagem responde ainda pelos aspectos gerenciais da assistência, o que pode ser mais um fator gerador de emoções. Recente estudo mostrou que ao ser aplicada uma escala de estresse em determinado grupo, 52% deles estavam estressados, e esse estresse era gerado, principalmente, por fatores relacionados ao enfrentamento de crises por causa da sua função gerencial, que, apesar de demandar muita responsabilidade, não era devidamente recompensado através de uma remuneração compatível com a função. 5

Cuidar do paciente implica em vivenciar as suas dores, incertezas e fragilidades. Segundo um grupo de profissionais, lidar diuturnamente com a morte e o morrer é um fator, entre outros, que mobiliza emocionalmente o profissional de enfermagem. Segundo eles, este enfrentamento; “não é fácil, é desagradável, é doloroso”, e não há espaço nas instituições para que as discussões sobre este tema ocorram 6.

            Outro estudo que merece destaque, no que se refere ao bem-estar profissional, diz respeito ao estudo relacionado à percepção dos riscos que o trabalho noturno traz para a vida do ser humano, pelos acadêmicos de enfermagem. Essa percepção foi realizada a partir do comportamento dos profissionais de enfermagem que trabalhavam à noite, segundo seus familiares e amigos.

Dentre as principais queixas estavam; cansaço, distúrbios do sono, falta de tempo para o lazer. O referido estudo concluiu que os acadêmicos de enfermagem, a partir da análise dos malefícios que o serviço noturno traz ao ser humano, optariam por não eleger esse turno para o desempenho das suas futuras atividades profissionais. Além dessa decisão, o mesmo grupo sugeriu que essa temática fosse abordada, ainda no curso de graduação. 7

            O bem-estar profissional pode ser entendido, também, como qualidade de vida do trabalhador de enfermagem, porque os fatores que determinam um deles, fatalmente estarão implícitos no outro, e vice-versa.

Prova disso é que em recente estudo, profissionais de enfermagem que desempenhavam a sua função em um Centro Municipal de Saúde (CMS) da cidade do Rio de Janeiro, apontaram como indicadores de qualidade de vida no trabalho, a organização e a divisão do trabalho, a preservação dos direitos trabalhistas, a segurança, e a motivação para o trabalho.8

O mesmo grupo acima mencionado, além de apontar os indicadores de qualidade de vida no trabalho, sugeriu a necessidade da criação de programas que apóiem iniciativas sobre este mesmo tema 8

Tendo em vista a fundamentação acima exposta para melhor compreensão da temática deste estudo, pretendemos atingir os seguintes objetivos:

                                                      OBJETIVOS:

a)   Apresentar o número de opiniões dos enfermeiros que são favoráveis à criação da Câmara Técnica do Bem-estar Profissional (CTBEP),

 pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).

b)   Apresentar as suas principais disfunções físicas, e que, segundo eles, estão relacionadas à sua atividade profissional.

METODOLOGIA

Tipo de estudo – Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com abordagem quanti – qualitativa. Esta integração apresenta vantagens notáveis na sua combinação, entre elas, a complementariedade, que é a possibilidade de se aliar esses dois métodos, reduzindo as lacunas existentes em cada um de “per si”, permitindo que as duas linguagens da comunicação humana se manifestem, isto é; as palavras e os números. 9

Instrumento de coleta de dados - Os dados foram obtidos através da aplicação de um questionário semi-estruturado (ANEXO) à população-alvo durante a realização do evento intitulado “I Encontro RJ - Pensando e repensando o bem-estar do profissional de enfermagem” ocorrido em julho de 2007 e em maio de 2008 na sede do COFEN no Rio de Janeiro, o que possibilitou a interação humana entre profissionais, fortaleceu vínculos, e demonstrou que a união e a compreensão é a melhor maneira de tornarmos, cada vez mais, a enfermagem, uma profissão forte e combativa.10

População – alvo – Foi composta de 86 profissionais da equipe de enfermagem que foram convidados através de uma carta que seguiu para as suas respectivas unidades, acompanhadas do folder do referido evento, após contato telefônico prévio com as suas chefias.

Critério de elegibilidade – Considerando a capacidade do local onde seria realizado o evento em tela, foram convidados os profissionais de acordo com as áreas programáticas (AP´s) da cidade do Rio de Janeiro, que foram distribuídos nas duas datas acima referidas..

Instrumento de coleta de dados – Após o evento, foi distribuído aos participantes um questionário semi estruturado (ANEXO), com vistas à captação de dados para a sua avaliação e para um levantamento das expectativas dos participantes acerca dos temas abordados.


APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

            Tendo em vista os objetivos propostos, passamos a apresentar os resultados obtidos da apuração dos dados.

Distribuição das opiniões dos enfermeiros Com relação à criação da ctbep

OPINIÕES

F

f%

Ótima

78

90,7

Boa

8

9,3

Ruim

0

0

       TOTAL

86

1000

 

 

 

Distribuição das opiniões dos enfermeiros com relação a existência

de patologias atribuidas ao seu tipo de trabalho

EXISTÊNCIA

F

f%

Sim

45

52,3

Não

41

47,6

Não respondeu

10

0

        TOTAL

86

100

                    Fonte: Instrumento de coleta de dados

 

 

 

            Considerando que alguns profissionais responderam a esta pergunta citando mais de uma patologia, elas foram agrupadas de acordo com a citação de cada profissional no quadro abaixo:

 

QUADRO DEMONSTRATIVO DAS PATOLOGIAS CITADAS PELOS PROFISSIONAIS E QUE ESTÃO ASSOCIADAS, SEGUNDO ELES, À SUA ATIVIDADE LABORATIVA

PATOLOGIAS

1

Síndrome de burnout

2

Cefaléia, algia cervical e escapular

3

Riscos químicos e ergonômicos

4

Rinite

5

Problemas no estômago

6

Lombalgia

7

Lesões por esforços repetitivos e estresse

8

Cefaléia, varizes, dores na coluna

9

Estresse, problemas circulatórios, lomblagias

10

Hipertensão, lomblagia

11

Hipertensão

12

Sinusite crônica, fadiga

13

Insatisfação emocional

14

Hipertensão arterial, condromalácia bilateral

15

Insônia, Irritabilidade, tendinite

16

Estresse relacionado às condições do ambiente de trabalho

17

Hérnia de disco

18

Dor de cabeça constante

19

Hipertensão arterial

20

Tendinite, cafaléia

21

Tendinite, ruptura de tendão, bursite

22

Hérnia de disco

23

Lesão por esforço repetitivo

24

Síndrome do pânico

25

Artrose cervical

26

Fadiga, estresse, insônia, obesidade, irritabilidade

27

Angústia, depressão, espasmo coronariano

28

Doença infecto contagiosa (baixa imunidade)

29

Hipertensão

30

Mialgias

31

Estresse

32

Doenças respiratórias

33

Varizes

34

Tendinite

35

Depressão

36

Cefaléia, varizes

37

Tuberculose

38

Furunculose

39

Dores na coluna

40

Dores de cabeça

41

Estresse e dor de cabeça

42

Dores na coluna e nos braços

43

Tendinite e bursite

44

Estresse e depressão

45

Cansaço crônico

 

            Ao observarmos que mais da metade dos profissionais que fizeram parte da população alvo refere algum tipo de patologia, associando-a a sua atividade laborativa, podemos constatar que elas estão distribuídas nas diferentes esferas, corroborando as citações anteriormente apresentadas.

            Embora a referência à patologia não implique em dizer que ela está intrinsecamente ligada, somente à situação laborativa, pode-se observar que as menções ao estresse, cefaléia, distúrbios músculo esqueléticos, foram aqueles mais citados, e eles são pertinentes ao tipo de atividade que a equipe de enfermagem desenvolve diuturnamente.

CONCLUSÃO

            Estar bem para cuidar do outro, é necessário e imperativo. A atividade profissional da enfermagem que é desenvolvida no século XXI não pode ficar a reboque da história, e não se concebe que na era da automação, da ciência e da tecnologia, o esforço sobre humano seja feito, em detrimento do uso da força da máquina. Negar essa importância, seria o mesmo que negar a cientificidade sob a qual toda e qualquer tecnologia foi concebida.11

            O profissional da equipe de enfermagem precisa estar com o seu corpo, físico e mental, funcionando perfeitamente, livre de dores, estresse, etc, para que ele possa perceber e sentir a necessidade do outro.

            No entanto, o ato de cuidar é extenuante e cansativo, exigindo do corpo de quem cuida, esforços, muitas vezes, que ficam além da sua capacidade física, daí a importância do uso das tecnologias, pois é necessário, cada vez mais, dar tempo e condições ao homem, de fazer aquilo que nenhuma máquina pode fazer por ele no ato de cuidar.

            Nesse sentido, a CTBEP, vem participando de eventos e oficinas que tratam do tema em foco, para que o bem-estar do profissional de enfermagem seja um assunto discutido nas mais amplas frentes de trabalho com a intenção de melhorar a qualidade de vida dos membros da sua equipe, e conseqüentemente, melhorar a segurança do cuidado de enfermagem que é prestado ao paciente.

REFERÊNCIAS

1Consejo Internacional de Enfermeras – CIE/ICN. Entornos de práctica favorables – Lugares de trabajo de calidad = atención de calidad al paciente – Genebra – (SW): CIE: 2007.

2Nascimento MAL. O cuidado de enfermagem e as ciências que nele incidem. Rev. Enfermagem Brasil 2004; 3 (3):  165-169.

3Regis LFLV, Porto IS. A equipe de enfermagem e Maslow: (in) satisfações no trabalho. Rev. Bras Enferm 2006; 59 (4): 565-8.

4Feldman LB, Cunha ICKO. Identificação dos critérios de avaliação de resultados do serviço de enfermagem nos programas de acreditação hospitalar. Rev Latino –am Enfermagem 2006; 14(4): 540-5.

5Montanholi LL, Tavares DMS, Oliveira GR – Estresse: Fatores de risco no trabalho do enfermeiro hospitalar. Rev Bras Enferm 2006; 59 (95): 661-5.

6Moreira AC, Lisboa MT. Trabalhadores de enfermagem lidando com a morte [resumo]. Revista Científica da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde 2007; 4: 70.

7 Lisboa, Márcia Tereza Luz; Oliveira, Marcia Moreira de; Reis, Lidiane Dias – O trabalho noturno e a prática de enfermgaem: Uma percepção dos estudantes de enfermagem – Esc Anna Nery R Enferm 2006 dez; 10 (3): 393-8.

8Farias SNP, Zeitoune RCG. A qualidade de vida no trabalho de enfermagem. Esc Anna Nery R Enferm 2007; 11 (3): 487-93.

9Polit DF, Hungler B. Fundamentos da Pesquisa em Enfermagem. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 1995.

10Nascimento MAL, Almeida MFPV, Pinto EF, Santos MTM. Bem – estar profissional (Uma necessidade da equipe de enfermagem). Disponível em www.portalcofen.gov.br/. Acessado em 4 de agosto de 2008.

11Barreiro Filho RD, Nascimento MAL, Santiago LC, Lima DVM. Falando sobre a tecnologia e o cuidado de enfermagem na UTI – (um estudo sobre o pneumotacógrafo). In: ENCONTRO NACIONAL DE FUNDAMENTOS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM, 6º, 2006, Rio de Janeiro. Disponível em Anais do Evento, EEAN/UFRJ (Nuclearte), 2006.

 

Fonte: https://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=8525§ionID=108